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Na abertura do Leilão Genética Parceiros do Senepol, promovido no último dia 15 de junho, durante a 18ª edição da Feicorte (Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne), no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo (SP), foi anunciado que a doadora Loira da Grama passa por um processo de clonagem, que está sendo desenvolvido pela In Vitro Brasil Clonagem Animal, de Mogi Mirim (SP).
Propriedade dos criatórios Grama Senepol, de José Antonio Fernandes Netto, SAAR Senepol, de André Sanches, e PHB Senepol, de Paulo Henrique Borges, Loira da Grama, em plena atividade aos 11 anos de idade, foi apresentada no início do remate com duas de suas melhores filhas e recebeu aplausos efusivos de todo o público presente.
Representando a In Vitro Brasil, Perla Fleury entregou uma placa de homenagem aos três criatórios proprietários, representados por José Antônio Fernandes Netto (Grama Senepol), André Sanches (SAAR Senepol) e Paulo Henrique Borges (PHB Senepol).
Em 2009, Loira da Grama teve 50% de sua posse vendida por R$ 160 mil pelo criatório SAAR Senepol. Já em 2011 ingressa na parceria PHB Senepol, o que fez desta doadora uma lenda vida e a maior recordista de preços da raça Senepol, a nível mundial, cujos valores passam das cifras de meio milhão de reais.
Uma de suas filhas, Grama 202, foi adquirida na Feicorte 2010 pela Paranoá Senepol pelo valor de R$ 100 mil. Comercializadas em regime de 50%, Grama 243 e Grama 307, para PHB Senepol e Bela Vista Senepol, respectivamente, totalizam mais de R$ 250 mil em valor, sem contar seus filhos, netos e netas, além de embriões.
“Nós não poderíamos deixar de atender ao mercado que vinha nos solicitando essa genética. Como temos que atender os três criatórios proprietários, estava difícil atender essa exigência. Por esta razão, decidimos democratizar essa genética tão rara e provada, de uma doadora que, aos 11 anos, está em plena atividade e gestante. Um sinônimo de longevidade, fertilidade e performance”, afirma Junior Fernandes.
Para Paulo Henrique Borges, não existe nada mais sábio e soberano que o mercado. “Se o mercado a reconhece como o maior ícone da raça, nós só podemos agradecer e retribuir com progênies desta reconhecida matriarca”, destaca.
Para André Sanchez, o primeiro a enxergar tudo que viria pela frente, o que mais engrandece esse processo é saber que a clonagem está em andamento, mesmo com a Loira em plena forma, o que gerará maiores oportunidades de obtenção dessa genética pelos clientes e ingressantes na raça. “Queremos democratizar e não elitizar a genética dessa doadora, como fazem muitos ao clonar um animal que já morreu”, destaca.

Preservação genética
O armazenamento de material genético por meio de linhas celulares congeladas, realizado pela In Vitro Brasil, é considerado um excelente seguro biológico, uma vez que as células podem ser mantidas congeladas, por um baixo custo e por tempo indeterminado, até a decisão pela clonagem.
Para realizar o armazenamento, é necessário fazer uma biópsia de pele (normalmente na região do pescoço ou na base da cauda) do animal. A biópsia é processada no laboratório para produzir uma linha celular. As células podem ser utilizadas diretamente para clonagem ou podem ser congeladas em nitrogênio liquido até o momento da geração dos embriões.
A clonagem a partir de células somáticas requer uso de oócitos imaturos obtidos de fêmeas “doadoras de oócito”. Os oócitos utilizados para clonagem são maturados in vitro e então enucleados, ou seja, todo o material genético é retirado com auxílio de um microscópio invertido, acoplado a um micromanipulador.
A etapa seguinte consiste em transferir o núcleo de uma única célula somática do animal a ser clonado (“doador de núcleo”) para dentro do oócito enucleado. O núcleo transferido passa pelo processo de fusão com o oócito enucleado e o conjunto se transforma em um embrião.
O novo embrião é uma cópia genética do animal que está sendo clonado. Após sete dias de cultivo in vitro, é feita a transferência dos embriões para fêmeas receptoras.