A história de Jorge Basílio se confunde com o que foi a modernidade da região que ele adotou como casa, aceitando o desafio da produtividade numa terra de clima exigente, sem desenvolvimento, misturado ao que o Senepol adiantou a vida de boa parte dos pecuaristas que acompanharam a sua evolução na raça. Todos os obstáculos foram ficando para trás e o Senepol acelerou os seus ganhos, até que ele criou o Senepol da Coroados, em Castanheira/MT, no ano de 2007.
Mas até lá nada foi tão fácil e Jorge Basílio usa como exemplo da força que ganhou na pecuária. Quando chegou, em 1984, Castanheira ainda era um distrito de Juína, que fica 45 km dali, no Norte do Estado.
“Isso era tudo mato, não tinha asfalto, energia ou telefone e a gente ajudou a abrir uma parte aqui”, lembra. Ele e os irmãos dividiram as funções na propriedade que adquiriram. Eles foram para a madeira e Jorge Basílio cuidou da pecuária. Foi formando pastos, enquanto os irmãos legalizavam toda a questão da madeireira, já com sustentabilidade e legalização.
“Quando chegamos, a gente dormia dentro do caminhão ou embaixo dele, pra telefonar tinha de ir a Vilhena (RO, mais de 280 km dali, n.d.r.) e quando colocaram um posto telefônico aqui fazíamos fila para ligar, quando funcionava”, conta. “As facilidades hoje são muitas, posso dizer entre elas as estradas, a internet e o Senepol”, enumera.
Aliás, essa história ele usa para valorizar o conhecimento que adquiriu na raça. Depois de experimentar vários cruzamentos, para tirar o melhor bezerro, foi a partir de 2004 que os melhores resultados apareceram. “Primeiro que o touro foi atrás da vaca e nunca sentiu o calorão daqui dessa região, fez mais bezerros que todos os outros e melhores machos e fêmeas, mas resistentes, mais pesados”. Foi o que levou muitos vizinhos e conhecidos a buscarem com ele e os filhos, Diogo e Douglas, informações que os motivaram a conhecer o Senepol puro.
As primeiras doadoras da Coroados ele foi buscar em 2007, dentro da Fazenda da Grama, em Pirajuí/SP. “A gente começou a fazer uso de TE e FIV para multiplicar os melhores indivíduos e fornecer material para todo mundo que queria qualidade aqui na região”, explica. “Nossos clientes e amigos viram, como nós, que a heterose no cruzamento com o Senepol é total e é mais rentável”.
A partir daí foi tudo muito rápido. Para se assegurar dos passos na seleção, uniu-se ao grupo Parceiros do Senepol e passou a seguir as orientações dos técnicos da S+, que faziam ponto na fazenda. “A gente vê que a qualidade aqui hoje é resultado do interesse que eles sempre mostraram, o cuidado e a responsabilidade de escolher bem, investir bem e criar muito bem”, atesta Júnior Fernandes, da Grama e gestor de Produtos da S+.
Jorge Basílio passou a frequentar os eventos da raça, como congressos internacionais nos Estados Unidos, Porto Rico e, por último, Uberlândia/MG, em2014.
“A experiência que temos desde 2004 me permite garantir que o Senepol é a solução para o nosso ambiente aqui ou em qualquer lugar. Não só garanto, mas assino embaixo”, conclui. Tanto que já virou origem de outras marcas de Senepol no Mato Grosso, como o Senepol da Conquista, com quem organiza o primeiro leilão de Senepol do estado, dia 7 de julho, dentro da Expoagro, em Cuiabá. “A demanda é grande, a nossa responsabilidade aumenta, mas o leilão vai mostrar a força do Senepol”, adianta.